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DINHEIRO



Falar sobre dinheiro na igreja em tempos de evangelicalismo midiático é bem desafiador, pois além de tudo, temos que lidar com as más interpretações sobre dízimo, retribuição e mérito.


Aqui na Coletivação não temos muita ênfase na contribuição durante nossa liturgia, porém é uma prática extremamente importante. Mesmo que não utilizemos com frequência o termo "dízimo", cremos na generosidade da oferta proporcional. Aqui nesta publicação, temos uma série de conteúdos sobre como pregamos sobre dinheiro.


UMA SÉRIE SOBRE IDOLATRIA E FOBIAS {relacionados a dinheiro}





Acreditamos em uma igreja que investe dinheiro nas necessidades e demandas dos seus, portante nossa igreja tem investido muito dinheiro em comida e assistência. Além disso, prezamos muito pela transparência, sendo assim, você poderá ter acesso ao nosso relatório financeiro do trimestre:



Recentemente, voltamos a abordar o assunto, na nossa leitura cronológica e expositiva de 2 Coríntios, falamos sobre generosidade, obrigação e graça. Confira:





Por último, segue abaixo o relato pessoal da Letícia, uma irmã em Cristo de nossa igreja que compartilhou conosco seu testemunho sobre a aplicação deste ensino em uma linda abertura do culto que infelizmente não foi registrado por problemas técnicos, mas graças a Deus ela escreveu. Segue:


 

MILAGRE DO COTIDIANO

por Letícia Lima


Desde que participei da Conferência Teologia Pública, que aconteceu entre os dias 1 e 3 de setembro na Coletivação, eu entrei em uma crise existencial. Aquele evento me fez refletir que o caminhar com Deus é, para além de frequentar uma igreja, compreender a mensagem da cruz. É seguir a Cristo se perguntando ”O que Jesus espera que eu faça com isso?”.


Eu sempre fui uma menina muito sonhadora e meus sonhos sempre estavam atrelados à ascensão na minha carreira profissional. Todavia, me dei conta de que essa busca incansável por uma ascensão social sem estar atrelada ao reino é pura vaidade, então nesse momento eu senti as minhas pernas quebrarem.


Eu estava morando fora da casa dos meus pais e eu sabia que meu pai estava passando por um momento de crise interna, momentos depressivos… Então, eu saí do evento da Conferência com o sentimento de que meu primeiro ministério é a minha casa, é a minha família, afinal, como posso eu querer salvar o mundo se eu não consigo salvar nem as pessoas mais próximas a mim? Meus pais e meu irmão… E quando eu digo salvar não me refiro à salvação da Bíblia, pois já vivemos dentro do novo pacto chamado Graça, e como próprio nome deduz, somos salvos a partir da Graça que é de graça! O salvar que menciono diz respeito ao livramento da desesperança, da falta de contentamento em Deus.


A partir desse momento o céu ficou de bronze, tal qual a música do Kleber Lucas: “eu digo ‘alô’ mas ninguém responde, eu entro no meu quarto, eu fecho a porta mas parece que o céu está de bronze”. Aquele sentimento de primeiro amor transmutou-se e fui dominada por uma tristeza e desilusão, e lá no começo, no meu segundo café com o Dam, ele me alertou que esse momento iria chegar, depois da sensação gostosa do primeiro amor a gente passa por esse “deserto” interno, contudo ele me alertou a continuar, persistir. Eu vivi esse momento e lembrei das palavras dele, então, mesmo triste, eu sabia que era normal, todo mundo passou, todo mundo vai passar.


Recordo-me que fiquei tocada com dois temas, o que falava sobre a oração e o sobre a oferta (dízimo ou compromisso, como você quiser chamar). Pensamos que a oração é só pra adquirir respostas - pelo menos eu achava - e, embora eu orasse bastante, meu mundo seguia cinza, então eu não tinha motivo pra agradecer de forma genuína, eu agradecia por que eu sei que o simples fato de respirar já é motivo de agradecer, mas eu fazia de forma automática…


Porém, Deus é tão cabuloso (eu gosto desse adjetivo mesmo que pareça heresia com Deus, pois é como um personagem de filme de ação que é imbatível e você o admira), Deus é grandioso, sem explicação, e até fazendo uma oração sem sentir nada e sem conseguir ouvi-lo, eu sei que Ele me ouvia, sei que Ele me conhece. Bem, eu até achei que estava ficando depressiva, tranquei a faculdade, parei de fazer atividade física, só comia e dormia o dia inteiro, até o dia em que eu decidi me tornar membra da igreja.


Recordo-me de ter dito pra mim mesma que iria completar 25 anos e queria viver os melhores 25 anos na presença de Deus. Coincidentemente o Dam marcou uma conversa com a igreja no dia do meu aniversário e eu sempre gostei muito de comemorar o meu aniversário, logo, faltei o papo na Coletivação por já ter me comprometido com a organização da minha casa para receber visitas. Ocorre que eu odeio faltar o discipulado, pois parece que ouvir quem está em contentamento com Deus me dava uma anestesia na minha tristeza, mas eu fiquei em casa no meu aniversário com meus amigos, embora triste. Todos que estiveram comigo naquele dia perceberam que eu não estava bem.


E a respeito do dízimo (que eu hoje gosto de falar compromisso com a obra de Deus), eu questionava a Cristo também. Eu não ganho mal, mas parecia que meu salário não estava sendo suficiente pra mim, eu não tenho um padrão de vida consumista, eu não tenho carro, não tenho casa, mas eu não faço voto de pobreza (nem de riqueza) e hoje eu posso dizer com segurança que eu faço voto de comprometimento com Deus, por que eu preciso ter pra compartilhar e desfrutar. Não quero muito, pois eu sei dos riscos da soberba ao possuir uma moeda que passa a sensação de poder e controle sobre a minha vida, e eu só consigo falar isso agora pois no domingo passado o céu se abriu, Deus decidiu me responder através da última pregação:


2 coríntios 7: 8 ao 13
Mesmo que a minha carta tenha causado tristeza a vocês, não me arrependo. É verdade que a princípio me arrependi, pois percebi que a minha carta os entristeceu, ainda que por pouco tempo. 9 Agora, porém, me alegro, não porque vocês foram entristecidos, mas porque a tristeza os levou ao arrependimento. Pois vocês se entristeceram como Deus desejava e de forma alguma foram prejudicados por nossa causa. 10 A tristeza segundo Deus não produz remorso, mas sim um arrependimento que leva à salvação, e a tristeza segundo o mundo produz morte. 11 Vejam o que esta tristeza segundo Deus produziu em vocês: que dedicação, que desculpas, que indignação, que temor, que saudade, que preocupação, que desejo de ver a justiça feita! Em tudo vocês se mostraram inocentes a esse respeito. 12 Assim, se escrevi, não foi por causa daquele que cometeu o erro nem daquele que foi prejudicado, mas para que diante de Deus vocês pudessem ver por vocês mesmos como são dedicados a nós. 13 Por isso tudo fomos revigorados. Além de encorajados, ficamos mais contentes ainda ao ver como Tito estava alegre, porque seu espírito recebeu refrigério de todos vocês.

Vejamos, a tristeza em Deus não produz remorso, mas produz arrependimento que produz salvação, aquela salvação que eu falei no começo desse texto, a salvação da desesperança… A tristeza produziu em mim dedicação para entender qual o propósito da oração e do comprometimento dos meus recursos com o reino. Desculpas da minha soberba, indignação com o meu egoísmo em ficar longe da minha família, longe do meu ministério, temor, saudade, preocupação e desejo de ver justiça. Eu me desafiei a estudar educação financeira utilizando uma metodologia simples chamada 50-30-20, onde 50% do meu salário irá para compromissos fixos, 30% para gastos variáveis e 20% para poupança ou investimentos.


Hoje consigo colocar o compromisso com a obra de Deus nos meus gastos fixos, isso sem me sentir obrigada e com o coração em paz. O maior milagre que eu vivi foi ter encontrado propósito de que enquanto eu tiver força no meu braço, saúde na minha mente e recursos entrando no meu bolso eu me disponibilizo para obra. Afinal, não é possível oferecer aquilo que eu não tenho e eu não sou.


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